quarta-feira, 3 de abril de 2024

DUO ETHOS: Franco Salvadoretti - Flauta & Renato Borba - Piano

DUO ETHOS:     Franco Salvadoretti- flauta transversal & Renato Borba - piano

A Sala Maestro Renato Borba tem o prazer de apresentar mais uma edição do projeto DUO ETHOS com a participação do músico jazzista Franco Salvadoretti em duo de Flauta e Piano com Renato Borba tocando um repertório de música brasileira no ambiente intimista da sala de música da residência do maestro.

 

A realização de saraus musicais numa sala residencial objetiva resgatar o fazer musical na sua essência, onde os ensaios acontecem permeados de sensibilidade e delicadezas. A retomada do espaço familiar, da sala de estar, onde poucas pessoas podem ser convidadas para apreciar o fazer artístico do músico é também uma espécie de reação que cumpre a função de retomar a cultura familiar e íntima da arte que foi perdendo espaço para as salas de concerto, bares e similares, onde tudo o que acontece é também formal e onde se perde o contato intimista com o artista, a sua obra e a sua vida.

 

Resgatar a casa, como espaço de convívio, lazer e vivencia cultural é essencial para a formação humana, é olhar para o passado, não tão distante, não com nostalgia, mas com a capacidade de ressignificar o que esse espaço representa na historia e formação do artista. A casa e a sala de estar, que um dia foi o primeiro espaço em que todos músicos iniciaram os seus primeiros passos, no seio da família, agora resgatada como o palco que aproxima o artista da sua plateia é o mister desses Saraus propostos pelo maestro Renato Borba.

 

“ETHOS” refere-se ao caráter ou espírito distintivo de uma cultura ou época, que é manifestado nas crenças e aspirações de seus membros. No caso do DUO ETHOS, o termo captura a essência da união de dois músicos com trajetórias e especializações distintas: um pianista com formação clássica e fluência em música popular brasileira, e um flautista com domínio do jazz e habilidades de improvisação.

Aqui, ETHOS simboliza a convergência e harmonia de diferentes tradições musicais e abordagens pessoais, criando uma experiência única onde os contrastes culturais e técnicos não apenas coexistem, mas se enriquecem mutuamente.

DUO ETHOS, portanto, celebra essa fusão de estilos e a criação de uma nova identidade musical que respeita e integra as raízes de cada músico. É um testemunho poético da beleza que surge quando diferentes ethos se encontram e colaboram em prol da arte. 

Evento: DUO ETHOS

Local: Rua General Lima e Silva, 625. Apto.: 12.

Cidade Baixa. Porto Alegre - RS.

Dia: 26/04/2024 

Hora: 19h às 21h 

Ingressos: R$50,00 antecipados e R$80,00 no dia condicionado a disponibilidade. Contato: WhatsApp: (51) 992331919

 

Renato Borba 

Criarterias: oficinas de música e identidade cultural.  




 

quarta-feira, 6 de março de 2024

Sala Maestro Borba


Sala Maestro Borba

    Os caminhos foram se encontrando e, da parceria com Alef Carvalho, a Sala Maestro Borba começou a nascer. Um espaço criado para reunir, em petit comité, amigos e apreciadores de música e poesia e, eventos singelos que acontecerão, em meio a diálogos culturais e conversas interessantes entre os convidados e os artistas.
    
    Em ambiente arejado, localizado à rua Lima e Silva, 625, no apto. 12, no edifício Magnatas, em frente ao Zaffari da Lima, a Sala Maestro Borba está sendo tratada com uma iluminação suave e acolhedora e tem por objetivo reunir amantes da música para apreciarem novos artistas que estão sendo revelados na capital por meio do projeto Criarterias: oficinas de música e identidade cultural entre outros artistas convidados.
        Em uma sala ampla, estão instalados o piano Rösler - Czechoslovakia e um sistema de amplificação básica, para dar uma ambientação vocal aos cantores durante as apresentações. A intensão do Maestro Renato Borba, ao criar esse espaço é a de reinaugurar um hábito antigo e de família, em que amigos e parentes se reuniam para ouvir e apreciar música nas residências.
       Os eventos estão planejados para acontecerem com uma periodicidade mensal e com duração máxima de 2h. tendo a previsão para começar, pontualmente, às 19h com término às 21h.
       Os convidados podem trazer as suas bebidas prediletas para serem acomodadas na cozinha do espaço e durante os encontros, a princípio, serão servidos petiscos para serem degustados durante o espetáculo. Mas, futuramente, há a previsão de acontecerem jantares organizados por alguns amigos que estão se associando ao projeto para tornarem esses momentos ainda mais interessantes.
      Segundo o Maestro: a infraestrutura ainda é singela, porém, eficaz e organizada e a equipe tem a preocupação de acolher os convidados de maneira social e com um toque intimista.






 

quarta-feira, 17 de julho de 2019

Suite Nordestina: processo criativo

Como os amigos sabem o Criarterias propõe-se a ser um projeto de formação de identidade cultural.
Então, nesta semana, aproveitarei o meu tempo neste espaço para expor um pouco do meu trabalho como educador.
Tenho uma aluno de piano de 51 anos, o Roberto Mascarello que na nossa primeira aula, como procedo com todos os alunos, foi convidado a "cantarolar um tema melódico" que, sugestivamente, lembrou-me um Baião em compasso quaternário.
Localizei o centro tonal da sua voz no instrumento e passamos a escrita do tema.
No decorrer do processo criativo da escrita do arranjo para o piano percebi que o tema principal poderia ser desenvolvido por uma flauta transversa que, poeticamente, travasse um diálogo com o piano.
Chegamos a conjecturar a possibilidade de escrevermos uma linha para um trio e pensamos num baixo, mas como o piano estava levando o baixo com uma escrita em 3,3,2, oferecendo ao arranjo do piano um movimento presente em várias culturas, inclusive, na brasileira, optamos por levarmos o Baião adiante considerando, "por enquanto", que a peça será para um duo. Ainda não definimos a instrumentação da Suíte. Se percebermos que será necessário implementar outros instrumentos é possível que os inclua desde o primeiro movimento... estamos analisando possibilidades.  
Em duas semanas - 4h/a - o primeiro movimento ficou pronto, então, levei para o laboratório o meu note com o MuseScore e comecei a introduzir o Roberto na prática de edição de partitura, nessa ferramenta, e, surpreendentemente, ele conseguiu escrever a obra em pouco menos do que dois encontros de duas horas.
Em um mês de trabalho, ou seja em 8h/a de piano o Beto criou, eu escrevi, a sua criação, com ele ao meu lado, observando todo o processo da escrita - no seu caderno, usando lapiseira, borracha e régua - para depois utilizarmos um editor, como ferramenta para darmos uma finalização a escrita criativa do Roberto e aos meus arranjos sobre a sua ideia.
Ele está tocando a obra inteira porque cada compasso escrito foi feito com foco no processo prático-teórico-prático, que adoto como metodologia de educação pianística, objetivando trazer para o papel cada movimento proposto pelo professor arranjador da criação do aluno para que dessa escrita resulte um movimento elaborado para propor uma dificuldade estética que resulte numa obra criativa, autoral, bela e com a identidade do aluno que se introduz ao estudo do instrumento a partir de um projeto composicional complexo que demandará muitos estudos em várias áreas da música, história da música, referencias rítmicas brasileiras, percepção de como a sua criação encontra em outros compositores estilo e formar entre outras centenas de processos que atuam de maneira complexa na formação do pianista!

Entrando no segundo movimento: o Frevo!

Ao terminarmos o Baião, cheguei em casa me preparando para propor ao Roberto um aprofundamento histórico no FREVO, e complementei os seus estudos com uma pequena monstra do que poderia ser a referencia sonora para começarmos a criar o FREVO. 
A primeira criação do Roberto foi o Baião e na semana seguinte sugeri que o projeto tomasse a forma de uma Suite para Piano e Flauta em três movimentos.
Surgiu a ideia de começarmos os estudos de piano do Beto pela criação da:

Suite Nordestina em três movimentos:
Primeiro Movimento: Baião
Segundo Movimento: Frevo - pra fritar os dedos do pianista
Terceiro Movimento: Maracatu
A partir dessa semana passaremos a pesquisar sobre o FREVO e para começarmos sugeri algumas referências musicais, ao Roberto, para que possamos dar início ao nosso processo criativo.
Fui ao "senhor Google", pelo Youtube e encontrei, de cara, duas referencias que já achei lindas pela diferença entre elas...
Vou postar abaixo pra que você de uma escutadinha com a gente:
Nessa primeira referencia uma ideia tradicional de Frevo para piano:
1. Tema: Duda no Frevo:
2. Aqui a partitura de Duda no Frevo:
https://youtu.be/VqRwCnya-ls
E aqui uma segunda proposta de referencia... só pra dar uma sacudida na ideia do projeto:
3. Marlos Nobre Frevo:
https://youtu.be/IXifIlE_WiQ
E boralá... brincar o carnaval!
No decorrer da semana seguirei postando o avanço do projeto...
Ahhh... claro que não pretendo postar a obra do Roberto enquanto não estivermos com os três movimentos prontos portanto... aguaaardem! ok!
Abração
Renato Borba
Maestro
Educando Criativamente!
Criarterias: oficinas de música e identidade cultural
Centro Cultural CEEE Erico Verissimo.
Andradas,1223. Sexto Andar, Sala 03.
Centro Histórico de Porto Alegre.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

A Fotografia de Rosa Marim Pacheco

A fotografia da Rosa Marim Pacheco

Renato Borba

Que a Rosa tem acompanhado, apoiado, divulgado, e feito o diabo a quatro para estimular a música instrumental jazzística e brasileira em Porto Alegre todo mundo já sabe, mas o que, definitivamente, tem me impressionado nela é esse "olhar invasivo" que o fotógrafo "tem que ter" para conseguir capturar "mais que uma imagem", capturar as "sensações emocionais e sensíveis do espaço".
Nesse domingo passado, dia 31 de agosto, às !7h, a Rosa esteve no London Pub & Bistro para assistir o "Chá das Cinco" e fez os registros, que publico, para os amigos curtirem esse olhar artístico, que me encantou, assim que vi postadas na página do "Clube de Jazz Take Five"

Rosa, mais que  obrigado pela sua presença, fica registrado que além de teres um excelente olhar sobre a nossa arte, também tens um excelente gosto pra vinhos! heheheh!

Abração!

Renato Borba























Encontros Inusitados

Encontros Inusitados

Renato Borba

O London Pub & Bistro, todo domingo, às 17h, reúne músicos, amigos e amantes da música em encontros, literalmente, inusitados. Nesse domingo passado tive o prazer de encarar um desafio proposto pela Sandra na madrugada de terça feira. 

Tudo começou porque ela, ocasionalmente, me achou no Face, no meio da madrugada, trocando ideias com alguns amigos e, sorrateiramente, como quem não quer nada, entrou, in box, e me disse: "Borba, tu topas tocar com a Denise Tonon, no domingo, no Chá das Cinco, aqui no London?" hehehe!

A proposta da minha banda é tocar sempre NO FIO DA NAVALHA, topei imediatamente! Claro! Mesmo sem nem imaginar com quem estaria tocando e que repertório rolaria! 

O inusitado... nem sei mais se, de fato posso considerar inusitado, foi a quantidade enorme de desencontros que tivemos, o que não me abala mais, já que sempre que marco um show, acontecem todos os imprevistos possíveis de acontecer na vida de um músico antes de tocar, de maneira que, atualmente, eu nem esquento mais a cabeça... na hora... no palco... sempre rola tudo certinho! Ao menos é o que eu espero! heheh!

Marcamos um ensaio para o sábado à tarde... não rolou porque o pub teria um evento no único horário que teríamos disponível e, pra completar, o Peter -nosso batera - estava envolvido numa regata no Jangadeiros, que o comprometeu, tanto no sábado, quanto no domingo... tanto que ele chegou no meio do primeiro set do show da banda, apenas no domingo, ou seja, depois que a banda havia começado a tocar, com "aquela cara de cachorro sem vergonha"... "louco de vontade de tocar e, ao mesmo tempo todo desengonçado" porque... enfim... já havíamos começado a tocar e o som estava rolando tri bala... mas... sabe... faltava "aquela percussão" que somente o nosso parceiro Peter sabe meter na banda! 

A Denise, pra confessar aos amigos, meio que olhou pra situação, assim meio que... "de revesgueio" e, confiando no meu sorriso, nem se abalou também! 

Enfim, voltando para a tarde de domingo, antes do show, eu e Denise passamos todos os tons em mais ou menos uma hora mas, o Peter estava, literalmente, "dentro d'água", e, no meio do Guaíba! O Alemão nem imaginava o que rolou na tarde! Então, foi tudo assim... completamente tranquilo... "no normal" do que sempre acontece com a "NO FIO DA NAVALHA", a gente se encontra e toca!

Mas, para a Denise, era um primeiro encontro com a gente... jamais tocamos juntos,e, ela nem imaginava quem comporia, com ela, esse desafio! Até trocamos algumas palavras pelo face, expliquei-lhe, detalhadamente, que depois de passarmos os tons ela não esperasse que "algo" do que fizéssemos na tarde fosse sequer parecido com o que poderia acontecer quando subíssemos no palco! 

Surpreendentemente ela sacou na hora e topou com uma coragem e galhardia o desafio de cantar "NO FIO DA NAVALHA"  sem qualquer constrangimento!

O Maurício Oliveira levou o Sax Tenor, o Alto, o Soprano e a Transversa, era uma metaleira pra todo lado e enquanto nos passávamos os tons o Maurício ria como louco... "Baaah Borba tudo diferente!" Dizia o Maurício! Mas claro... sempre que tocamos em trio ou quarteto, o sopro é o nosso grande protagonista e naquele domingo a voz ocupou esse espaço repleto de organicidade. 

No decorrer do show fomos nos aproximando cada vez mais e a sensação de que "o momento estava se construindo por si só" foi se apropriando tanto dos músicos quanto da platéia, e, com a chegada do Peter, ganhamos mais fôlego e a Denise se soltou ainda mais numa beleza sem par. 

Eis que no meio do show... não lembro bem se... no meio ou no fim... comentei com ela: "Denise... sabes que tu tens um timbre e um jeito de cantar que me faz lembrar uma cantora bageense, que amo de todo o coração e que toquei com ela faz uns 15 anos" e, antes mesmo de terminar o que dizia ela me olhou nos olhos, com aquele sorriso peculiar dela e me disse: Maria Helena Carvalho! Fiquei estupefato... porque a Maria Helena está em Sampa faz tanto tempo que nem imaginaria que alguém aqui no sul pudesse se lembrar dela... pois não é que as duas, além de serem amigas de longa data, cantaram juntas em Sampa por muitos anos e são como comadres! hehehe! 

A "energia" de ambas é de uma vitalidade inigualável, e assim, do nada, descobri o motivo que, já na primeira nota da Denise, fiquei quase sem ar de tão sensibilizado! 

Foi uma sensação inusitada e maravilhosa de reencontro com espíritos que se construíram juntos na arte! 

Rimos como doidos da situação! 

A maior surpresa ainda estava por vir, a Denise chamou a Sandra e comentou: "o Borba tocou em Bagé com a Maria Helena!" 

A Sandra, a Denise e a Maria Helena se conhecem desde sempre... foi então que compreendi porque a Sandra entrou em contato comigo naquela madrugada de terça para quarta... foi por pura intuição... ela sacou que eu e a Denise tínhamos algo em comum e foi afirmativa no Face repetindo várias vezes isso: "Borba vocês tem muito em comum", pois não é que a Sandra acabou nos proporcionou esse encontro fantástico e inusitado que, espero, brevemente se repita!

Foi uma das mais lindas noites da minha vida!

Por sinal... depois de tantas "mudanças" na minha vida... foi uma benção esse encontro! 

Os amigos não tem ideia do quanto foi lindo!

A "tarde-noite", no Domingo de Chá do London Pub & Bistro, não seria completa sem a presença dos nossos amigos que compareceram para nos abraçar, dividir uma taça de vinho, jogar conversa fora, degustar as delícias da cozinha Juliana e do Toni, naquele espaço lindo do London, curtindo com a gente esse momento de plena sensibilização, desafio e descobertas. 

Ouvir Denise Tonon cantando NO FIO DA NAVALHA foi um daqueles momentos que lamento imensamente por aqueles que não se ligaram que o London, nas suas tardes des domingo é um espaço muito especial e imperdível! 

Ao menos foi assim nos últimos dois domingos em que estive lá e que confesso, não perderei mais nenhum porque sempre são fins de tarde agradavelmente surpreendentes!

A Rosa Maria Marim Pacheco, sempre atenta com os acontecimentos musicais da cidade, levou a nossa diva, dona Ivone Pacheco, para nos ouvir e óbviamente convidei-a para nos dar uma canja no piano!

Cá pra nós... a dona Ivone comentou "ao pé da orelha" comigo... "Hoje eu não vou tocar". Eu e Rosa ficamos surpresos! hehehe! A Rosa chegou a pular na mesa: "Como é que é mãe?" Então, perguntei-lhe porque? E, com um sorriso largo e cheio de vida, ela respondeu-me, sempre nos surpreendendo com o seu humor peculiar: "O pianista está arrasando!" hehehe! 

Um carinho como esse, vindo de uma linda mulher como Ivone Pacheco, nunca é um "elogio" é "um abraço no coração!" 

Então a conduzi ao piano para tocar com o Peter na batera e o Maurício no Sax e nossa noite foi literalmente inusitada!

Obrigado a galera do London Pub & Bistro por ter nos oportunizado esse momento lindo de Bossa Nova, MPB e JAZZ em meio a uma platéia que está se organizando pra curtir o seu fim de tarde ouvindo sempre boa música, num espaço encantador, em encontros que sempre promentem ser inusitados e surpreendentes!

Valeu!

Renato Borba

Denise Tonon: 





Maurício Oliveira:




Rosa Maria Marim Pacheco: Clube de Jazz Take Five